O PAPEL É O MELHOR OUVINTE, PORQUE NÃO TE ESCUTA SÓ PRA ESPERAR A VEZ DE FALAR






quinta-feira, 13 de maio de 2010

Sigur Rós

-por Daniel Bagagli    


 

Bem ou mal; certo ou errado; baixo ou alto; pobre ou rico; solteiro ou casado; vitória ou derrota; preto ou branco. Seria o mundo mesmo assim? Simples?

.

Constantemente temos essa idéia, a de que o mundo é formado por forças opostas. Pensamos (ou preferimos pensar?) desse jeito: simples assim. Até porque somos incapazes de grande abstração. Mais do que isso: somos demasiado orgulhosos e prepotentes a ponto de não querer reconhecer nossa impotência.

E eu lhes pergunto – de quê serve tudo isso, no fim? Seria assim o único jeito de provar (a nós mesmos, é claro) que somos os seres mais inteligentes que conhecemos?

.

Certamente não somos.

.

A excludência dos fatos não se aplica à nossa realidade. Não existem forças opostas – o bem ou o mal, o certo ou o errado –. Existem, na verdade, milhares de nuances, muitas delas escondidas de nossos olhos e mentes, coexistindo conforme piscamos. O Bem precisa do Mal para existir, e vice versa. Como seria possível dizer que algo é bom se não existisse outro algo ao lado dele que fosse ruim? E, mais ainda, como seria possível chamarmos de bom e ruim se não fosse um terceiro, ao meio dos opostos, como uma espécie de transição neutra?

.

Pelo simples fato de pensarmos em compartimentos (espécies de caixinhas separadas umas das outras) que existem milhares de coisas negativas no mundo. O pré-conceito e o racismo provêm disso: da separação do bem e do mal – do homem pelo homem. As guerras também – do certo pelo errado.

.

Matamos, desmoralizamos, destruímos uns aos outros pelo fato de pensarmos que o mundo é simples assim: ou preto ou branco.

.

Mas com quem fica a rosa da vitoria no fim?

2 comentários: